Carlos Drummond de Andrade
- ADRIANA IBARRA MARRUFFO
- Nov 28, 2020
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O autor Carlos Drummond de Andrade, nascido em Minas Gerais, já advertia a respeito da negligência que as mineradoras possuem para com as comunidades ao redor delas, como no caso de Mariana e Brumadinho, que foram categorizadas como dois dos maiores desastres na história brasileira. Em seu poema, “Lira Itabirana” de 1984, o autor denuncia certas práticas através dos seguintes trechos:
“O Rio? É Doce/A Vale? Amarga.” ⇢ O Rio Doce é característico da região de Mariana e muitas pessoas dependiam dele prévio ao desastre. Porém, quando o autor cita “A Vale”, isso pode ser claramente relacionado à mineradora “Vale”, responsável pelo deslizamento da barragem de Brumadinho, em 2019, assim descrevendo-a como amarga.
“Quantas toneladas exportamos/De ferro?/Quantas lágrimas disfarçamos/Sem berro?”
“A dívida interna/A dívida externa/A dívida eterna” ⇢ O autor realizou uma comparação entre a atividade mineradora incessante e lucrativa e a dívida "eterna" do país, pouco aplacada mesmo com as toneladas de ferro exportado.
É bastante interessante observar como figuras prévias aos acontecimento em questão já denunciavam as práticas perigosas, que poderiam levar a um cenário de tristeza e tragédia, que foi o ocorrido nos anos de 2015 e 2019. Além disso, o poema demonstra como este é um problema enraizado no nosso país há anos, e não somente um problema dos últimos anos, além de comprovar a necessidade de encontrar maneiras de melhorar o cenário sócio-político ambiental brasileiro.
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