Mariana: Sustentabilidade
- ADRIANA IBARRA MARRUFFO
- Nov 22, 2020
- 2 min read
Lama tóxica ⟶ Rio Doce
A lama da barragem de rejeitos era composta por óxido de ferro, água e lama. Segundo Samarco, nenhum produto que pudesse causar intoxicação no homem estava presente nos rejeitos, contudo, a lama podia devastar grandes ecossistemas, e foi o que ela fez.
A lama impediu o desenvolvimento de espécies vegetais, tornando a região infértil. E à medida que a lama atinge os ambientes aquáticos, causa a morte de organismos como algas e peixes. Cabe citar que o encontro dos rejeitos de minério com o Rio Doce e o mar despertou uma grande preocupação de especialistas, uma vez que estes são ambientes ricos em biodiversidade e berçário natural para muitos animais marinhos. Assim, infelizmente, em apenas um mês foram retiradas 11 toneladas de peixes mortos entre Minas Gerais e Espírito Santos. O ecossistema aquático desses rios foi completamente afetado e, consequentemente, os moradores que se beneficiavam da pesca.
Especialistas e ambientalistas discordavam sobre a recuperação do Rio Doce, sendo que uns estimulavam 5 meses enquanto outros apontavam 30 anos. Contudo, em um ponto todos concordavam: a flora e a fauna na região nunca voltariam ao estado anterior ao desastre e os efeitos dos rejeitos no mar seriam sentidos por, no mínimo, 100 anos.
[Uma expedição realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica apontou os índices de qualidade da água do Rio Doce em 2015.]

Tartarugas
Era apenas uma questão de tempo para que a lama dos rejeitos de minério alcançasse não somente os moradores da região, mas também a fauna terrestre e aquática do local, que teve ainda menos preparo para uma situação como a ocorrida, por não terem uma grande capacidade de locomoção. No caso do ambiente aquático, houve uma crescente preocupação, isto por ser ambiente rico em biodiversidade, berçário natural para muitos animais marinhos. Quando a lama atingiu as praias colocou em perigo diversas, como, por exemplo, as tartarugas marinhas, cujos filhotes tiveram que ser retirados dos ninhos de tartarugas e soltos em locais afastados do perigo, pelos Especialistas do Projeto Tamar.
Contudo, este é apenas o exemplo de uma espécie, pois o desastre em Mariana, ameaçou aproximadamente 400 espécies de animais. Isto, claro, sem contar a destruição de 1.469 hectares de mata nativa que também viram-se danificados pela toxicidade da lama, como o jacarandá-cabiúna, a braúna e o palmito.
[Projeto Tamar retira ninhos de tartaruga do Rio Doce, no ES. Foto: G1.com.br]

Que interessante! Muito obrigada pela informação ✨💞