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O Caso de Mariana

  • Writer: ADRIANA IBARRA MARRUFFO
    ADRIANA IBARRA MARRUFFO
  • Nov 21, 2020
  • 4 min read

O que foi?

No dia 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, que é controlada pela Vale e pela BHP Billiton, deixou 19 mortos e causou uma enxurrada de lama que inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais. Essa tragédia é, desde então e até hoje, considerada como um dos maiores desastres ambientais do Brasil.

A onda de lama chegou a Bento Rodrigues, sem aviso, no meio da tarde. Os moradores saíram correndo, chamando uns aos outros no caminho, refugiando-se em um morro. Passaram a noite ilhados, vendo a cidade ser soterrada, até a chegada dos helicópteros de salvamento. Ninguém teve tempo de levar nada, e os sinais disso estão por toda parte. Casas abandonadas com pertences imundos pela lama espalhados pelo local são exemplos claros.

[Na primeira imagem, podemos observar o quão próxima a barragem estava de Mariana e, também, o tamanho do reservatório de rejeitos. Assim, a quantidade desta lama tóxica comprometeu gravemente a cidade, além de todas as outras que passou por, até chegar ao Rio Doce e, posteriormente, ao mar.]

Consequências

Consequências gerais

  • 43,7 milhões de m³ de lama de rejeito vazaram;

  • A lama percorreu um total de 663 quilômetros até chegar no mar, no estado do Espírito Santo;

  • Os rejeitos atingiram os afluentes e o próprio Rio Doce, destruindo distritos e deixando milhares de moradores da região sem água, sem trabalho e sem seu meio de sustento à medida que os rejeitos de minério tingiam de marrom as águas do Rio Doce até chegar ao mar, no Espírito Santo;

  • Em poucos dias, o estrago se espalhou para bem longe dali ⟶ peixes morreram, cidades ficaram sem água e milhares de pessoas perderam suas moradias.

  • De acordo com o Governo Federal, o acidente afetou:

    • 663 km de rios e córregos;

    • 1469 hectares de vegetação;

    • 207 das 251 edificações de Bento Rodrigues;

    • 600 famílias, as quais ficaram desabrigadas.

[Na imagem a seguir, observa-se o caminho que a lama provida do rompimento da mineradora Samarco percorreu, em Mariana. *fonte ⟶ G1.com.br]

Comunidade indígena krenak

A comunidade índigena Krenak, comunidade de Minas Gerais, tem se visto comprometida ao longo dos anos, pela atuação de órgão governamentais e, no cenário que tratamos no site dos ECOfriends, pela construção e falta de manutenção de barragens. Assim, é visível que após a tragédia de Mariana, viram-se bastante prejudicados, principalmente pela contaminação do Rio Doce. O Rio Doce, lhes dava não somente sua alimentação, onde lavar seus instrumentos e tomar banho, este era o local em realizavam rituais religiosos, sendo inclusive descrito como “um parente”. Assim, ficou o sentimento de que o rio morreu, com poucas possibilidades de voltar, pois foi previsto um custo de 3 bilhões de reais para a sua recuperação.

Com o processo da globalização, as comunidades indígenas brasileiras têm se visto abandonadas e, na maioria do casos, são excluídas do âmbito social. Então, esta tragédia somente aumentou a falta de visibilidade indígena no nosso país e diminui, mais uma vez, a diversidade cultural brasileira.

[Foto da comunidade indígena Krenak. Reprodução de Jornal Figueira.]

Perda do turismo

Além das consequências que têm sido citadas e analisadas até agora, houve a diminuição ou até a perda completa do turismo, que teve uma influência catastrófica na economia local. Isto deve-se ao fato de que a cidade de Mariana e outras das afetadas, como Regência, dependiam fortemente do turismo para se sustentar. No caso de Mariana, que foi a cidade a sofrer mais perdas, uma boa parte do suprimento econômico vinha devido ao seu centro histórico, porém, as pessoas passaram a acreditar que o centro histórico tinha sido devastado, pelo que pararam de receber visitantes, mas o centro continua em pé.

“Esperávamos uma avalanche de reservas e o que veio foi uma avalanche de lama” - Sérgio Missagia, morador da região.

No caso de Brumadinho, também houve estragos no setor turístico, apesar de terem conseguido reerguer-se de maneira mais eficaz devido a diversas propagandas que convidaram turistas a visitarem o Instituto Inhotim, que é o maior centro cultural ao ar livre da América Latina. Contudo, isso não foi suficiente para deter as quedas no turismo por completo e na perda de trabalhadores devido à falta de orçamento.

[ Segundo o presidente de associação da Regional Circuito do Ouro da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Antoninho Tavares dos Santos, turismo de lazer foi a zero em Mariana. Imagem 1: Mariana; Imagem 2: Brumadinho]


Lições aprendidas

Graças a essas tragédias, foi possível aprender algumas lições, e com elas evitar que outro acidente de tamanha dimensão possa acontecer novamente.

Entre elas temos:

  • A instalação de sirenes ⟶ é extremamente importante, uma vez que é por meio delas que a população saberá que algo está por vir e, assim, procurar abrigo ou fugir;

  • Estabelecimento e explicação de rotas de fuga ⟶ Sem elas, a população não tem treinamento e não saberá como se comportar nem para onde ir em caso de um desastre. Na tragédia de Mariana, os gerentes da Samarco afirmaram que essas rotas foram explicadas para a população por telefone, entretanto, durante as investigações, descobriu-se que poucos foram avisados e que os números de telefones nem sequer foram informados para a população, mostrando a falta de preocupação com a segurança do local e da população.


 
 
 

2 Comments


Fernnanda Thami Fujita
Fernnanda Thami Fujita
Nov 21, 2020

adorei o post!♡

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Adriana Marruffo
Adriana Marruffo
Nov 21, 2020

Que informação tão útil! Nunca tinha imaginado as inúmeras consequência deste desastre, definitivamente vou pesquisar mais! ✨

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